Com a crescente demanda de fluxo de informação existente na Web, é imprescindível o uso de ferramentas que facilitem o processo de publicação e compartilhamento de conteúdo. A idéia de uma Web como plataforma colaborativa fez com que novos paradigmas precisem ser considerados no design de interfaces. Dentre os diferentes sites concorrentes nos diversos segmentos, a escolha do usuário se dará não só pela qualidade do conteúdo ou pela facilidade de uso, mas principalmente por aquele que lhe proporcionar uma melhor experiência.
Seguindo essa linha de raciocínio, o design de interface e o desenvolvimento de projetos digitais e interativos devem priorizar a experiência do usuário em sua concepção. Isso faz com que, em se tratando do sistema por trás da interface, não tenhamos que “reinventar a roda” a cada novo projeto, e sim trabalharmos com a idéia de sistemas pré-concebidos para a automatização de tarefas. O uso de ferramentas CMS’s proporciona uma maior qualidade aos sites, uma vez que dinamiza o desenvolvimento e permite uma maior atenção ao design de interface e a experiência do usuário.
CMS’s podem limitar o design de interfaces?
O design de interface deve ser projetado de acordo com as necessidades do público e com o tipo de experiência que queremos proporcionar a eles. Por isso, é essencial que na hora de projetar uma interface, os designers procurem compreender bem o modelo mental do usuário irá interagir com ela. Para isso é imprescindível realizarmos pesquisas e testes com usuários, para entendermos a partir deles qual a taxonomia ideal, trabalharmos a hierarquia visual, a consistência nos elementos de navegação e a usabilidade.
Porém, devemos proporcionar muito mais que facilidade. No design de interfaces, muitas vezes a estética tem tanta importância quanto a usabilidade, pois é ela que irá cativar o usuário a consumir o conteúdo e interagir com o nosso produto, tornando a experiência mais agradável e interessante. Dessa forma, é essencial conhecermos bem os recursos que o CMS escolhido possui para possibilitar tais experiências de uso, assim como a flexibilidade de customização visual que a ferramenta fornece para atingirmos de forma integral a estética projetada.
Acima de tudo, um bom design de interface deve ser simples. Toda complexidade que possa existir para que os objetivos do usuário sejam atingidos deve ser possível de ser absorvida pelo sistema. Hoje existem inúmeras opções de CMS’s, algumas com finalidades específicas, outros escaláveis para diversas funcionalidades. É de extrema importância conhecermos bem as opções disponíveis, pois o que poderia limitar o design de interface nesse caso seria a escolha equivocada do CMS para o projeto.
No design de interfaces, no momento de definição dos fluxos de navegação e wireframes, assim como da criação de uma boa pregnância visual do projeto gráfico, devemos estar atentos tanto no que diz respeito a flexibilidade da interface quanto na escalabilidade do CMS. Na evolução natural que nosso projeto possa vir a ter, desde a inclusão de novos módulos de conteúdo, novas formas de orientação na navegação local e global, menus contextuais de acordo com o perfil do usuário ou outras ferramentas adaptativas, o maior desafio é manter uma sintonia entre as possíveis extensões da interface com a capacidade de implementação de novos widgets pelo CMS em uso, de forma que os diferentes objetivos do site sejam sempre facilmente atingidos pelo usuário.
As interfaces prontas
Normalmente as opções de CMS’s disponíveis possuem um painel administrativo pronto. Porém, como já comentado, não há como projetar o design de interface sem conhecer claramente as necessidades de quem irá utilizar o sistema, seja o usuário que irá navegar pelo site, ou a equipe que irá administrar o conteúdo. O WordPress, possui um painel administrativo relativamente simples, porém podemos encontrar dificuldades quanto a utilização de plugins que estendem suas funcionalidades, pois normalmente não seguem o mesmo padrão de interface administrativa. No Plone a administração do conteúdo é feita dentro da mesma interface de navegação utilizada pelos usuários, não havendo um painel de administração específico, o que divide opiniões quanto a facilidade ou confusão que isso pode gerar na administração dos conteúdos.
Mesmo que a comunidade de alguns CMS’s venham demonstrando uma preocupação maior com o design de interface e a experiência do usuário, como é o caso do Drupal para a sua versão 7, é essencial que haja uma avaliação do painel administrativo para cada projeto em específico, sendo feita um análise baseada em quem fará uso desta interface. Ao escolhermos um CMS para um projeto, devemos estar sempre atentos à flexibilidade que o sistema possui para a adaptação ou criação de um painel administrativo.
Evite equívocos no seu projeto
Para a escolha adequada de qual ferramenta utilizar, é essencial a leitura das documentações dos principais sistemas disponíveis, assim como a troca de experiências em fóruns e listas de discussão, e a analise de outros sites baseados em gerenciadores de conteúdo. Assim, podemos conhecer melhor os recursos e possibilidades que cada CMS pode oferecer ao design de interface.
É sempre importante termos consciência de que além da escolha do CMS, outros fatores como a produção e gestão dos conteúdos, a arquitetura de informação, e até mesmo a veiculação de publicidade dentro do site, tem impactos diretos na concepção da interface, e vice-versa. A falta de comunicação e entendimento entre as equipes envolvidas em cada etapa do projeto podem acarretar os maiores equívocos dentro do design de interface.