Entenda como validar suas microcópias realizando diversos tipos de avaliação.
As etapas de pesquisa de conteúdo não são novidade para muitas pessoas que trabalham com escrita de UX. Alguns profissionais já passaram por processos semelhantes de investigação em diversas posições de trabalho.
Diferente ou não desses momentos, os testes de conteúdo são baseados na importância de uma jornada e como é necessário validar hipóteses que conversem com a experiência construída por um time de designers e especificamente para um produto.
Essa é uma das 3 áreas que complementam o dia a dia de um UX Writer, como destacamos aqui, falando de como é essencial aprimorar os estudos em UX Research. Não dá para envolver texto, sem envolver teste ou uma base de dados (que também exige pesquisa).
Os tipos de testes
Muitas equipes de pesquisa são cada vez mais valorizadas em times de UX. Apesar disso, é possível fazer testes de forma independente e usando metodologias semelhantes. O que facilita essa ação é definir:
- hipóteses
- objetivos
- metodologias
- perguntas principais
- cronograma de entregas
- clusterização (agrupamento ou hierarquização) dos dados
Assim, todo processo fica mais eficiente.
É importante ressaltar que toda categoria de validação faz com que o produto tenha ganhos. Pesquisar antes de prototipar, ou seja, testar antes de colocar algo no ar faz com que a empresa ganhe dinheiro, economize, evitando falhas ou produtos que não valem a pena, preserve pessoas, evita retrabalho e, consequentemente, tudo isso faz com que o produto esteja em constante melhoria.
Desk research
São os testes mais simples e que podem ser feitos para validar palavras mais definidas e que podem ser validadas usando os buscadores: Ubbersuggest, AlsoAsked, Google Trends e Answer the Public. Desta maneira, você definirá qual palavra tem mais alcance, aceitação e circulação para um público mais generalizado.
No Google Trends, por exemplo, é possível comparar quais palavras foram mais buscadas nos últimos dias, meses ou anos para facilitar a sua validação textual. Correlacionar com outros assuntos e ainda segmentar em quais estados ela mais apareceu.
Teste cloze
Essa opção tem origem dos testes educacionais e se assemelha aos exercícios escolares em que o aluno preenchia uma lacuna com a palavra ideal. Bom, a ideia é justamente compreender o conteúdo com a palavra faltante ou ícones.
Sinônimos e erros ortográficos também contam. Um sinônimo recorrente pode indicar a palavra ideal.
“Se os usuários acertarem 60% ou mais em média, você pode presumir que o texto é razoavelmente compreensível para o perfil de usuário especificado”, segundo Jakob Nielsen.
Teste do marca texto
Serve principalmente para analisar sentimentos em relação ao que está escrito e entender se existe algum elemento faltante. Organize várias etapas da microcópia e peça para a pessoa usuária, por exemplo, para “grifar em verde quais partes do texto passaram segurança ou confiança”.
Você também pode fazer o contrário e pedir o grifo em vermelho onde algo ficou confuso, dá menos confiança ou poderia ser alterado. Lembre-se de perguntar qual o motivo da escolha.
Testes de percepção/compreensão
É o tipo de validação para confirmar algumas versões. Pode ser feito apenas usando o textual ou envolver um wireframe, tela pronta e afins. Ah, funciona bastante usando uma plataforma de pesquisas, por exemplo, SuveryMonkey, QuestionPro ou Formulários do Google.
Os resultados são mais rápidos de analisar por serem feitos com alternativas mais fechadas. Uma opção interessante é criar uma história para a pessoa usuária. Por exemplo: imagine que você vai pagar uma conta mensal; qual o nome você daria para essa ação? Coloque possíveis alternativas:
1. Agendamento
2. Pagamento
3. Transação
E dê apenas uma correta.
Teste de vocabulário
É um teste simples para mostrar a compreensão de uma tela e especialmente coletar qual o vocabulário usado. Para isso, peça para que a pessoa analise a tela por alguns minutos e, posteriormente, explique quais são as ações que devem ser feitas naquele momento, como ela faria e outras percepções.
Preste muita atenção nas palavras usadas e modelo mental!
Teste A/B
É um teste mais tradicional e também vale bastante para os UX e Product Designers. Para o conteúdo, funciona da mesma maneira. Dá mais certo quando já existe uma microcópia vigente e em textos menores, como botões, títulos, subtítulos e hiperlinks.
Card Sorting
O card sorting é outro teste não específico para conteúdo, mas pode auxiliar inclusive em projetos de arquitetura da informação. Geralmente, escrevemos em post its um item ou conceito e pedimos para que a pessoa usuária relacione e junte o que é parecido (cards abertos). Também é possível dar as categorias e pedir para elas serem agrupadas (cards fechados).
Heurísticas de conteúdo para avaliar e construir textos
Uma dica importante em todos esses testes e na hora de finalizar qualquer conteúdo é: relembre algumas heurísticas de conteúdo de Torrey Podmajersky. Na hora de definir a melhor frase ou palavra, certifique-se que “legibilidade” difere de “compreensão”.
Pensando em um nível de leitura e acessibilidade (compreensão), o indicado é escrever para uma pessoa estudante da 7ª série. Isso quer dizer que o texto pode ser escaneável, mas incompreendido por diferentes níveis de escolaridade e, por este motivo, não alcança o maior número de pessoas em um produto digital.
Vale ressaltar, também, algumas indicações como: botões devem ter três palavras ou menos; para o texto, é indicado possuir 50 caracteres de largura e 4 linhas de comprimento.
Também é relevante alinhar seus resultados com palavras dialógicas em que palavras são apresentadas em uma sequência que faça sentido e sejam familiares aos usuários. Além de conter instruções em etapas úteis e em uma ordem lógica.
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