Aprenda como os passos para criar um portfólio atrativo do zero! Ele vai te ajudar a se destacar nos processos seletivos em UX Writing.
Os processos seletivos para concorrer a uma vaga nos times de design e produto como UX Writer estão em constante crescimento. Assim como o mercado de UX no geral, não há um padrão de exigência ou tipo muito específico para demonstrar seus conhecimentos.
Além disso, poucos profissionais disponibilizam seus materiais por questões de confidencialidade ou até mesmo porque a apresentação pode ser muito específica para um mercado. Para te ajudar nessa, nós pensamos em algumas dicas para criar ou organizar suas competências.
O que é importante para demonstrar suas habilidades com UX Writing
⇒ Fale sobre você
A maioria dos processos seletivos consideram as famosas soft e hard skills (habilidades comportamentais e técnicas). Faça uma breve descrição da sua trajetória profissional, mas sem parecer de fato um currículo formal.
Destaque habilidades ou casos e/ou empresas interessantes por onde você já passou. Se quiser, aproveite para contar algo breve sobre áreas que interligam sua facilidade com escrita e o que achar complementar para a vaga que está concorrendo, por exemplo, estudos sobre pesquisa, psicologia, design, produto, marketing.
Esse é um ponto de atenção interessante para quem ainda não atua na área e o momento para demonstrar seu profissionalismo, tempo de trabalho e personalidade na candidatura.
⇒ Encontre um problema para solucionar
A parte mais difícil para quem está começando é materializar sua primeira entrega. Ainda que nos cursos sejam feitas partes práticas, a maioria não possibilita uma demonstração completa de uma jornada. Para facilitar essa etapa, crie seu próprio problema.
Busque algum site ou produto para o qual você poderia proporcionar uma experiência melhor com a ajuda de novos microtextos, desenhe o caminho ideal e demonstre. Faça um experimento usando o código do site para aplicar sua metodologia. Confira:
1. Abra o site escolhido e clique com o botão direito em inspecionar:
2. Passe o mouse no texto e confira do lado direito onde está o destaque:
3. É só clicar nele, mudar ali mesmo onde o texto aparece no código (geralmente entre <span </span>) e alterar para ver a nova microcópia:
⇒ Conte uma história
Trabalhar com experiência do usuário e especificamente com a habilidade da escrita também exige contar histórias. Imagine que toda jornada do usuário é o momento em que ele começa uma trajetória no produto. Ao construir os exemplos, lembre-se de demonstrar suas escolhas.
Veja esses 5 passos:
1. Entenda: Detalhe a missão, princípios ou qualquer material que defina o propósito da empresa e/ou produto e una isso ao que precisa ser resolvido. Um bom caminho é usar algumas perguntas frequentes no texto jornalístico: o que? Quando? Onde? Por quê? Quem? Elas vão te ajudar a explorar o problema e começar seu processo de descoberta.
2. Explique — A partir de qual base teórica ou metodológica você vai partir para entregar um resultado. Pense em apoios: um guia de escrita, um vocabulário controlado, um quadro de heurísticas de conteúdo e por aí vai…
3. Especifique — Como foi o processo, se você entrevistou alguém, construiu personas, baseou-se em algum material já existente e complemente com as ferramentas acima.
4. Materialize — Coloque em prática o que você mudou e o motivo. Também é importante se lembrar de não se apegar à interface. Um jeito fácil de fazer isso é recorrer ao quadro das heurísticas de conteúdo, definidos em “Redação estratégica para UX”, de Torrey Podmajersky: acessível, significativo, conciso, claro e dialógico. Se for necessário, use a calculadora de leiturabilidade feita por uma integrante da comunidade de UX Writers no Brasil para mostrar a eficiência do texto. Aplique isso no seu conteúdo e aponte como essa heurística melhorou aquele microtexto.
5. Defenda — Mostre como essas mudanças podem impactar um produto ou o negócio de forma direta. Demonstre uma hipótese de diminuição nas taxas de contato (reclamações), dados que impactam os times de produto e até mesmo o tempo gasto por designers ao construir em conjunto um projeto que precisará ou não de refações. É o momento de ilustrar o porquê devem inserir um profissional dessa área ali.
Use o Medium para relatar seus aprendizados e procurar exemplos
O Medium acabou virando uma forma de divulgação e visibilidade para algumas pessoas. Os profissionais relatam desde suas experiências iniciais em cursos sobre o tema, descobertas quando encontram um novo emprego, constroem algum caso, para compartilhar dicas, entre outras habilidades. Procure a tag “ux writing” por aqui.
Por ser uma plataforma democrática, de fácil acesso e possível de anexar em qualquer local, pode dar visibilidade para o seu trabalho sem necessariamente ter cara de portfólio. Ainda é uma ótima ferramenta para movimentar postagens no LinkedIn.
No caso dos exemplos, uma boa indicação é o grupo UX Writing Hub, que todos os anos lista uma série de portfólios internacionais no perfil do Yuval Keshtcher. Toda semana eles compartilham um exemplo na newsletter.
Também é possível encontrar exemplos de projetos no Dribble ou Behance.
Ferramentas que vão te ajudar
Lembre-se que você trabalhará em uma equipe de design e, na maioria das vezes, vai lidar com as mesmas ferramentas dos seus pares. Para demonstrar suas habilidades, dá para recorrer às seguintes plataformas: Figma, Miro, InVision, Marvel, Sketch e Adobe XD. Todas possuem a opção de uma conta gratuita e ferramentas de wireframe para construir sua estrutura baseada na escrita.
Essas opções, muitas vezes, não são ditas ou exigidas em exercícios e pedidos de portfólio, no entanto, quanto mais próximo do dia a dia, melhor será sua adaptação. Nada impede que você faça algo do modo mais tradicional, em um documento de Word ou Powerpoint, o mais importante é demonstrar seu raciocínio lógico.
Para apresentar, é possível construir telas de exemplo em um deles e colocar num ppt ou keynote, ou usar o próprio local para construir capas e direcionamentos. Muitas vezes, o portfólio é recebido sem você fazer uma apresentação, então, certifique-se que existe uma cronologia dos fatos e que eles sejam fáceis de entender, pensando em quem vai ver o material e não terá sua explicação.
Outra opção é anexar e organizar seus exemplos no Notion, Behance ou Dribble.
Não é só de portfólio que vive um UX Writer
Muitas empresas demonstram interesse em saber habilidades de outras maneiras: com um exemplo de um projeto específico que você já tenha feito e que necessariamente não seja um portfólio, ou através dos famosos exercícios/desafios.
No último caso, o conselho é seguir principalmente o formato acima de contar um pouco mais sobre a jornada feita pelo ux writer, áreas correlatas, ferramentas, pesquisas e o seu raciocínio. Muitas vezes, o exercício está relacionado ao problema fictício de uma parte do produto ou até mesmo a outro produto totalmente diferente da área daquela empresa.
Em uma enquete feita pela UXW, Patrícia Gonçalves, a opção mais escolhida entre os profissionais foi o exercício:
Seja qual for o formato, não se esqueça de demonstrar sua personalidade e seu diferencial. Se for possível, peça para um colega ou mentor revisar seu projeto.