Nos selvagens anos 2000, um tal de Jeffrey Zeldman teve a petulância em dizer que 99% dos websites estavam obsoletos. Vários anos depois, o que mudou? Na verdade, lendo algumas notícias e olhando para alguns Mobile Apps, acho que nada.
Está cada vez mais definida a fronteira que separa a era dos PCs dos mobile devices (smartphones e tablets). A web é só uma, o padrão é um só, e se mover entre estes dois paradigmas não deveria fazer a menor diferença para os web designers. Mas mesmo em termos teóricos, certos ajustes precisariam ser feitos: se seu código é bem resolvido e você fez todas as tarefas de casa, precisa no máximo de um CSS Media Type.
Mas em termos práticos, uma nova web precisa nascer pela atual estar obsoleta, atrelada a um paradigma que não existe mais. Certas coisas simplesmente perdem o sentido quando deixamos de usar mouse (e sua fina precisão em apontar links como o número “1” de algum conteúdo paginado), conceito de interface baseado em janelas e transacionar arquivos (upload e download). E claro, o Flash. Esta coisa está durando mais que o Roberto Marinho, Hebe Camargo e Oscar Niemeyer.
Saem o mouse e o Flash, e entram as nuvens, as APIs e principalmente… Dedos gordos.
Um hot link que ando batendo com frequência é que o Windows 8 pode ser a derrocada da Microsoft, mas sua interface foi a melhor coisa que surgiu nos últimos tempos, e que representa este novo panorama de interface: funciona bem com mouse, funciona ainda melhor com touchscreen. E agora, a computação pessoal, aquela coisa que tirou computadores dos glaciais CPDs, está passando a preferir mobile devices.
Claro que isto não é nenhuma novidade. Mas parece que as pessoas perceberam esta mudança de ambiente e decidiram jogar a web fora. É isto que entendo quando tento entrar num site usando um smartphone ou tablet, e ao invés de me servirem conteúdo, me servem um link para a app store da plataforma.
Mobile Apps me soam apenas como solução para monetizar: pessoas preferindo confiar seus cartões de crédito às app stores do que confiar nos sites que visitam. Se desenvolvedores acham que Mobile Apps são apenas uma maneira chique de controlar o conteúdo que já está no site, então é o inverso: vão gastar pra criar no mínimo duas versões de Mobile Apps (se ignorarem o Windows Mobile, Blackberry e Symbian). Quando bastaria apenas criar… Um site.
Compartilhado originalmente na lista arqHP.