Entendendo a Natural User Interface

Natural User Interface é aquilo que chamamos de interface invisível, ou seja, ela se torna invisível com os sucessivos níveis de imersão.

No dia 22 de setembro participei de um bate-papo no FrontUX Meetup sobre Natural User Interface. Em cerca de 15 minutos, pude compartilhar um pouco dos meus estudos sobre o impacto das Interfaces Naturais na inclusão digital, e também comentar sobre os Princípios Básicos do NUI (Natural User Interface) Design listados por Dan Saffer.

Veja os slides apresentados no bate-papo abaixo, e algumas reflexões que escrevi sobre o tema 😉

Terceira geração de Interfaces

Vamos dividir as interfaces de maneira bem simplista em três gerações. A primeira geração de interfaces computacionais foram aquelas baseadas em linha de comando, uma interface textual e abstrata onde o usuário precisava inserir comandos através do teclado para consultar informações ou realizar tarefas. A segunda geração são as interfaces gráficas de usuário, que surgiram dos experimentos de Doug Engelbart e outros pesquisadores, tendo como marco histórico a apresentação de 90 minutos do protótipo do primeiro Mouse, feita na Fall Joint Computer Conference em San Francisco no final de 1968. Esse modelo de interface gráfica com um espaço-informação baseado em iconografia e metáforas de um escritório real (amplamente utilizada até os dias atuais) possui interação indireta com as informações através do mouse, que acaba funcionando como uma espécie de prótese no braço do usuário.

Já a terceira geração de interfaces da qual discutimos no bate-papo é a chamada Natural User Interface, e tem como característica a interação baseada na natureza humana, como o contato direto com as informações através de toques e gestos com a mão, por exemplo. Dentro desse modelo, as representantes das interfaces naturais mais populares nos dias de hoje são as interfaces touchscreen, as quais estamos habituados a interagir em nossos tablets e smartphones.

Natural User Interface: uma interface efetivamente invisível

Enquanto a interface gráfica proporciona maior precisão devido ao uso de periféricos, em uma Natural User Interface os usuários obtém maior nível de imersão, e com isso aproveitam melhor suas suposições e conclusões lógicas, sendo essas interfaces mais facilmente exploráveis. Ao contrário da interface gráfica com sua produtividade e eficiência nas tarefas, fato que cria associações emocionais com o trabalho, as interfaces naturais são perfeitas para tarefas sociais ou colaborativas. Isso pode de certa forma criar associações emocionais maiores com o entretenimento, o que não torna esse tipo de interface inapropriada para o trabalho, apenas cria uma interação maior lúdica, o que reduz a curva de aprendizado.

Natural User Interface é aquilo que chamamos de interface invisível, ou seja, ela se torna invisível com os sucessivos níveis de imersão, já que os seus usuários abstraem facilmente a tecnologia envolvida na interação e se concentram na informação e objetivos das suas tarefas, fato que explica a questão da inclusão digital mais rápida através dessas interfaces.

Logicamente que isso tudo não eleva as interfaces touchscreen ao nível de interação protagonista de um futuro próximo, já que outros modelos de interação natural como as interfaces baseadas em voz, movimento ou pensamento vêm evoluindo cada vez mais. A única coisa que fica cada vez mais evidente para o futuro é o desejo por mobilidade e interações mais orgânicas com a tecnologia.

Mas isso a ficção científica já havia previsto a muito tempo, certo?


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