Usar a IA para melhorar a experiência da pessoa usuária é uma realidade em muitas empresas. Os resultados estão cada vez mais promissores. Vamos ver alguns exemplos de como a IA pode levar a UX além?
Hoje, a inteligência artificial, ou simplesmente IA, está por todos os lados. Mesmo onde menos se percebe, como nos sistema de detecção de fraude bancária, ou no monitoramento de segurança. Há, também, as aplicações mais visíveis, como as indicações de músicas do Spotify ou filmes e séries no Netflix.
Com o crescimento do acesso à tecnologia e o aumento do uso dessa inteligência nos produtos e serviços, a presença do UX designer se torna cada vez mais importante dentro desse contexto. É ela que vai trazer, através de técnicas e habilidades específicas, o entendimento das pessoas usuárias, suas dores e contexto de uso destes produtos e serviços.
O que, por sua vez, aumenta as chances de gerar valor para o público-alvo e identificar possíveis oportunidades e vieses inconscientes.
A seguir, veja 5 produtos que utilizam a inteligência artificial para entregar uma experiência ainda mais completa e satisfatória às pessoas usuárias:
Aspirador robô
O produto virou o queridinho de muitos lares mundo afora. Ainda mais em tempos de quarentena, no qual mais pessoas estão em casa, tentando otimizar seu tempo. E o que começou como um simples robô aspirador, foi ganhando contornos e ares mais modernos.
Para facilitar ainda mais o processo de limpeza, a iRobot, umas das marcas mais populares do produto, desenvolveu uma linha com visão computacional acoplada. Neste caso, a inteligência artificial será capaz de mapear o espaço da casa e otimizar a performance.
O “Roomba j7+” consegue, inclusive, identificar o cocô de cachorro no chão. Se para alguns isso pode parecer sem muita utilidade, ter a casa toda suja por fezes dos animais de estimação foi alguns dos inconvenientes que donos de robôs de limpeza relataram desde o seu surgimento.
Em entrevista ao The Washington Post, Colin Angle, CEO da iRobot disse que:
“os produtos domésticos inteligentes, muitas vezes, não atendem às expectativas do consumidor por não terem o contexto doméstico, não conseguirem aprender de forma independente e exigirem uma programação complexa para uma funcionalidade vista como básica. Nós acreditamos que podemos oferecer um produto doméstico inteligente que realmente atenda às suas necessidades”.
Navegação e mapas
Um uso super popular nos dias de hoje da inteligência artificial é no Google Maps, o aplicativo do Google que ajuda motoristas e pedestres a se localizarem e criar uma rota de deslocamento. Aqui, a IA é usada para predição de tempo de chegada e a identificação do melhor trajeto em tempo real. Mas qual seria o melhor caminho?
Cidades crescem muito rápido, o planejamento do trânsito pode mudar e nem sempre o caminho indicado é o caminho mais seguro — ainda que seja o mais rápido. Pensando nisso, o Qatar Computing Research Institute (QCRI), que faz parte da Universidade Hamad Bin Khalifa, vem estudando como usar machine learning para criar mapas que guiem as pessoas usuárias de forma mais inteligente. Principalmente, porque em 2022 o país receberá inúmeros turistas com a Copa do Mundo, e a equipe espera que eles tenham uma boa experiência circulando pela cidade.
“Na cidade de Doha [capital do Catar], praticamente todos os bairros ganham uma nova passagem subterrânea, ou um novo elevado… Uma nova grande rodovia é acrescentada a cada dois meses… Portanto, fica impossível para os serviços de mapeamento tradicionais conseguirem acompanhar essa atualização em um ritmo tão frenético.
Isso pode até causar uma grande surpresa para a maioria das pessoas que vivem na Europa ou na América do Norte. As pessoas ficam surpresas quando chegam a uma cidade e percebem que serviços considerados corriqueiros, como Google Maps ou Bing Maps ou Apple Maps, seja qual for o seu mapa digital favorito, eles simplesmente não funcionam. Eles não funcionam na cidade de Doha”, explicou Rade Stanojevic, cientista sênior do projeto, em entrevista ao MTI Technology Review.
Geração de conteúdo escrito
Jornalistas, criadores de conteúdos, redatores… Essas profissões irão acabar? Provavelmente, não. Mas que as suas respectivas funções poderão ser realizadas pela inteligência artificial, isso poderão! Já é uma realidade sistemas que utilizam processamento de linguagem natural (Natural Language Processing — NPL) para gerar conteúdo e texto através de pequenos exemplos.
O algoritmo examina uma amostra de texto e sugere a palavra seguinte com base na frequência com que essa palavra apareceu em contextos semelhantes nos dados de treinamento. Os sistemas usam banco de dados de textos já publicados para entender os jargões e formatos de conteúdos. Dependendo da base utilizada, é possível espelhar o estilo de redação de qualquer profissão ou até mesmo de qualquer indivíduo.
Um dos algoritmos já em testes, batizado de GPT-2, foi desenvolvido pela OpenIA em 2019. Os textos gerados por ele foram avaliados por métodos que identificam robôs e os resultados mostram que o algoritmo consegue se passar por humano na maioria das vezes.
Deepfake de vozes
Você já ouviu falar em deepfake de vozes? Ela é basicamente a “clonagem de vozes” realizada através de uma ferramenta. Neste caso, estamos falando da Marvel.AI, desenvolvida pela Veritone, especializada no desenvolvimento de produtos com inteligência artificial.
Em comunicado oficial, emitido em maio deste ano, a empresa pontuou que “com controle total sobre sua voz e seu uso, qualquer influenciador, personalidade ou celebridade pode literalmente estar em vários lugares ao mesmo tempo”. Inicialmente, a empresa aposta que a novidade será usada para expandir a participação de indivíduos em projetos publicitários e tipos similares de mídia. Assim, marcas e companhias vão poder utilizar o software para criar áudios monetizados dispensando a presença de humanos.
Quer entender mais como UX e IA se relacionam no desenvolvimento de produtos e serviços? Então, se inscreva na primeira edição do Todos os Papos, uma iniciativa da comunidade Todas as Letras, que busca discutir diversos temas da área de tecnologia e UX com a comunidade.
O Todos os Papos trará sempre uma pessoa apresentadora LGBTQIA+ que atue na área de tecnologia e que vai conduzir a roda de conversa entre as pessoas participantes. Nesta edição, quem vai conduzir é Nei Fonseca, product manager na Microsoft na área de machine learning e big data.
O evento será online e contará com intérprete de Libras. O valor do ingresso é solidário e toda arrecadação será revertida para a própria comunidade Todas as Letras.