A algumas semanas atrás, a Motorola/Google lançou o seu tão esperado smartphone Moto X, causando uma boa euforia entre os aficionados por gadgets e a mídia especializada. Muitos devem ter visto ao menos um de seus comerciais na TV (Moto X vs. Smartphone preguiçoso) apresentando alguns de seus recursos como o a câmera instantânea, a tela inteligente nas notificações e os comandos de voz inteligentes.
Caso você queira conhecer um pouco mais sobre o Moto X além dos comerciais, eu e o Thiago Mobilon do Tecnoblog participamos de um Hangout a convite das Lojas Colombo, para fazer um review com as nossas impressões sobre o aparelho, após testa-lo por uma semana. No vídeo abaixo, que também conta com a participação do Renato Arradi da Motorola Mobility, eu procuro expor minhas impressões com ênfase na usabilidade, interações e experiência do usuário. Você também poderá ler sobre algumas dessas impressões nesse post, logo após o vídeo.
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Moto X: usabilidade, interações e experiência do usuário
É interessante ver que cada vez mais o futuro das interfaces é a “não-interface”, ou seja, as interfaces estão se tornando invisíveis ao possibilitar diferentes níveis de imersão baseadas em interações humanas naturais. A interface gráfica vai gradativamente desaparecendo, e a entrada de dados começa a surgir através de movimentos ou voz, coisa que faz todo sentido em dispositivos com telas pequenas e com capacidades técnicas expandidas por acelerômetros, sensores, orientação de tela, GPS ou multi-toque. Nesse sentido, posso dizer que entre os dispositivos de interfaces naturais a que tive acesso até hoje, o Moto X é aquele que vem explorando da forma mais satisfatória todas essas possibilidades.
A primeira impressão que eu tive ao testar o Moto X é que ele é um dispositivo que te induz a interagir. Desde o primeiro momento com ele em mãos eu praticamente não me preocupei com suas especificações técnicas, mas sim com as possibilidades de interações disponíveis. A grande verdade é que, para a maioria dos usuários, algumas especificações técnicas como processamento ou resolução da tela acabam não tendo a menor importância. Tudo que vemos nesse aparelho indica que a Motorola/Google percebeu muito bem isso, e procurou centrar o desenvolvimento do aparelho na experiência do usuário.
Primeira impressão: migração, ergonomia e sinal
Um dos principais problemas que temos ao trocar de aparelho celular é justamente a migração de dados e configurações de um aparelho para o outro. Nesse ponto, a Motorola se saiu muito bem com o app Migração Motorola, que pode ser instalado no seu aparelho antigo para transferir imagens, vídeos, SMSs e registro de ligações para o Moto X de forma muito simples, o que torna o impacto da mudança de aparelho muito menos doloroso.
Além do visual limpo, a estrutura do Moto X possui um tamanho compacto, com uma curvatura na parte traseira que faz com que ele se encaixe muito bem na mão de quem o segura, além do círculo com a letra “M” (fazendo referência a Motorola) em baixo relevo, onde é possível apoiar o dedo indicador. Tudo isso somado ao seu material confortável e agradável ao toque faz com que o aparelho tenha uma ótima ergonomia.
Depois de usar o aparelho por algumas horas, pude sentir uma boa diferença com relação ao sinal da operadora. Um sinal fraco, além de consumir muita bateria na tentativa de restaurar a conexão, é com certeza uma das maiores frustrações para qualquer usuário que esteja tentando efetuar uma ligação ou até mesmo navegar na internet. A significativa melhora no sinal que encontrei no Moto X, mesmo em lugares em que a conexão costumava ser falha, se dá pelo fato de o aparelho possuir uma segunda antena LTE, que é dedicada a manter conexões na faixa dos 700 MHz, melhorando a qualidade no sinal e consumindo menos energia.
Usabilidade: interface gráfica e interface de voz
Durante a semana de teste, acabei sentindo uma certa dificuldade com relação a usabilidade de algumas tarefas que acabavam sendo bastante simples em outros aparelhos, como por exemplo a associação de diferentes perfis de um contato (Facebook, E-mail ou número de telefone) em um único registro. Essa tarefa, que no Samsung Galaxy S4 necessita de um ou dois toques, no Moto X exigia a interação com algumas telas e uma porção de toques. Isso se dá pelo fato de o aparelho trazer instalada uma versão do Android mais “crua”, sem as costumeiras customizações feitas por fabricantes como a Samsung. Se por um lado o resultado disso é a queda de usabilidade para algumas tarefas, por outro lado representa um bom ganho em desempenho e um bom espaço liberado na memória do celular. Além do mais, diferente do iOS, o Android pode ser customizado para diferentes tarefas através da instalação dos widgets apropriados.
Mas de fato a usabilidade da interface gráfica não é algo que despertou em mim grande preocupação, visto que o que mais me encantou no aparelho foram as suas interações através de comandos de voz inteligentes. O Google Now, aplicativo disponível neste e em outros aparelhos, permite que os usuários realizem tarefas ou obtenha informações simplesmente pedindo em voz alta. Se você pronuncia um comando como “OK Google Now, previsão do tempo” poderá ver a informação solicitada disponível através de um card, ou então dizendo “OK Google Now, navegar para Estádio do Morumbi” poderá ver um mapa de navegação por GPS até o local indicado. A lista de comandos disponíveis ainda permitem abrir aplicativos, realizar chamadas telefônicas, abrir sites, exibir mapas, definir um alarme, criar lembretes, criar eventos na agenda, entre outras coisas.
Todas essas funções executadas pelo Google Now através de comandos de voz são bem parecidas com o que se pode fazer com o S Voice em alguns aparelhos da Samsung. A diferença é que no Moto X o Google Now pode ser ativado somente por um comando de voz, enquanto que para ativar o S Voice em aparelhos da Sumsung é preciso recorrer ao toque. O Moto X também possui três microfones – na parte superior frontal, na lateral superior ao lado da saída de áudio, e na parte inferior da tampa traseira – o que ajuda a diferenciar o que é a voz de comando dos demais ruídos do ambiente, evitando falhas no processamento.
Otimização do consumo de bateria
A Motorola realizou um estudo que mostrou que uma pessoa chega a checar o celular cerca de 60 vezes por dia, e na maioria dos casos apenas para ver a hora ou verificar se existe alguma notificação, atitude essa que acende a tela do aparelho (e consome bateria) por diversas vezes desnecessariamente. Por essa razão o Moto X possui um processador contextual que percebe essa movimentação do usuário e exibe a hora e notificações sem que seja preciso apertar qualquer tecla, em uma tela AMOLED que liga apenas os pixels necessários para exibir informação. Esse recurso, somado a outros quesitos do Moto X que citei aqui possibilitam aquilo que acaba sendo uma das maiores diferença com relação a todos os outros aparelhos que já utilizei: o consumo de bateria é realmente muito otimizado. Já tratamos aqui no blog sobre a questão de a energia fazer parte da experiência de uso, e posso dizer que o Moto X é otimizado de várias maneiras para reduzir o consumo de bateria. E nós sabemos que para todos os usuários de smartphones, bateria cheia é sinônimo de felicidade.
Conclusão
Sem me alongar muito, posso dizer que apesar de o Moto X não possui o melhor hardware do mercado, trata-se de um smartphone rápido, com bateria duradoura e um visual limpo e compacto, e que proporciona aos usuários uma interação fluida e prazerosa, principalmente nas interações mais naturais. Com certeza, é o melhor custo-benefício para smartphones atualmente 🙂