Design Critique: o passo a passo para começar

O design do produto foi finalizado. Pronto! Acha que acabou, né?! Na verdade, não. Pelo menos não se você se preocupar em afinar bem o seu trabalho, visando a entrega da melhor experiência para a sua pessoa usuária.

Mas como fazer esse refinamento? Uma boa sugestão é o Design Critique, que é, basicamente, um encontro entre o time de designers com objetivo de comentar e avaliar um projeto.

Nesses encontros, o trabalho é exposto com o objetivo de criticar (de forma construtiva e não depreciativa) o design criado. Assim, outras pessoas podem apontar novos vieses para identificar pontos de melhoria e ajustes para encaminhar o produto para o desenvolvimento final.

O Design Critique não é um brainstorming, um trabalho de cocriação ou uma reunião de aprovação. É preciso que haja abertura e que as pessoas se sintam seguras para levantarem questões, tecerem críticas e discordarem, se for o caso.

O que o seu time pode alcançar com o Design Critique:

  • Reforçar o processo de design
  • Menos retornos do desenvolvimento
  • Agilidade no desenvolvimento
  • Exercício da apresentação, argumentação, crítica e storytelling
  • Alinhamento dos componentes, encontrar inconsistências no produto
  • Nivelar o olhar e o conhecimento sobre todos os projetos por parte de todo time

Afinal, como aplicar o Design Critique?

Como você pode ver, o Design Critique traz pontos positivos e só agrega ao processo de desenvolvimento de um produto. Isso porque ele evita que produtos sejam finalizados sob um olhar enviesado, com erros e falhas que passaram despercebidos por quem estava muito envolvido e apegado (sim, isso acontece! rs) ao design que criou.

Mas como aplicar o Design Critique no seu time? A boa notícia é que esse é um processo relativamente simples e pode ser estruturado em 4 passos:

1º Passo — Estruture

Para começar, é preciso pensar na dinâmica do processo na sua empresa ou no seu time. Quantos designers são? Como é a interação entre eles? Como deixá-los à vontade e seguros para realmente darem sua opinião sem medo de retaliação? Então, é preciso pensar em como criar esse ambiente seguro, estimular essa interação e trabalhar essa confiança.

2º Passo — Apresente ao time

Antes de começar o Design Critique realmente, é interessante fazer um workshop com a equipe, apresentando o que é Design Critique, para que ele serve e como ele pode ajudar no processo, além de como ele funciona.

3º Passo — Execute

Chegou o momento de juntar todo mundo para, finalmente, criticarem o produto. Primeiro, é preciso definir a pessoa que fará a facilitação da reunião. Essa é a pessoa que vai manter o foco do time, garantir que todo mundo participe, ficar atento ao tempo da reunião…

No momento da reunião, a pessoa designer responsável pelo projeto apresenta o produto, exibindo as telas, os fluxos, a ideia do projeto, objetivos, contexto… Essa pessoa também fica ali tirar as dúvidas que o time possa vir a ter.

Feita a apresentação, o time de designer começa a fazer os apontamentos e críticas ao produto e projeto. Para facilitar e agilizar o processo, é importante que as pessoas:

  • Façam perguntas objetivas e claras
  • Lembrem-se do objetivo do produto e da pessoa usuária
  • Tragam sugestões para os pontos levantados
  • Evitem juízo de valor

O time de designer deve anotar os pontos que levantaram, as críticas… Já a pessoa responsável pela facilitação e a pessoa designer responsável pelo projeto reúnem essas anotações e passam por todos os pontos, debatendo com a equipe.

E o objetivo maior é que a pessoa responsável pelo projeto/produto saia do Design Critique com muitas sugestões de melhoria.

4º Passo — Crie a cultura

Vá criando a cultura do Design Critique no time. Para isso, faça com que o time tenha esse momento na agenda, reservado. Não deve ser algo do tipo “quem está livre participa”. E é preciso ir mostrando para o time como essa nova etapa no processo é positiva, traz resultados…

Dicas para melhorar o seu Design Critique

Não superlote a reunião

Muita gente pode tornar a comunicação complicada, dificultando com que todos falem e consigam expor tudo o que desejam. Uma sugestão é que esse número gire em torno de 4 a 8 pessoas.

Não se alongue muito e nem perca o foco

Seja objetivo com a interface que está sendo discutida e evite que o time entre em discussões profundas de linhas de código. Também não perca o foco! É muito fácil se perder e acabar falando de outro assunto. É função da pessoa facilitadora ficar de olho e não deixar o time se dispersar.

Não foco em apenas uma solução e não as crie em tempo real

Traga mais de uma alternativa e exemplifique como cada uma irá funcionar detalhando o motivo das suas preferências. E o ideal é anotar todos os pontos sugeridos e discutidos para poder aplicá-las posteriormente, analisando e pensando bem entre o que você coletou de informação e o seu produto.

Não tenha apenas protótipos estáticos

Isso dificulta o entendimento e a imaginação dos participantes. Se possível, crie protótipos navegáveis ou de alta fidelidade, assim ficará mais claro o real funcionamento.


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