É a partir dos dados coletados dos testes com protótipos que é possível identificar os erros do projeto, fazer melhorias e mitigar os problemas e riscos.
De acordo com Jerry Cao, UX Content Strategist da UXPin, um protótipo “é uma versão simulada ou amostra de um produto final, utilizada para testes antes do lançamento”.
O ideal é que ele contenha as funcionalidades principais planejadas para a versão final. Assim, é possível verificar e testar o conceito e aceitação do mercado. E ele pode ser uma representação física, digital ou encenada do produto ou serviço, desde que permita à pessoa usuária explorá-lo.
É a partir dos dados coletados dos testes com protótipos que é possível identificar os erros do projeto, fazer melhorias e mitigar os problemas e riscos. Além de poder testar elementos do projeto, a parte visual, usabilidade e até mesmo o desempenho.
Ao final destes testes, o seu MVP ou nova funcionalidade para produto ou serviço já existente vai ter exatamente aquilo que é necessário, ou seja, você evita perder tempo e dinheiro trabalhando em elementos que não fazem sentido para o seu público-alvo.
De forma resumida, o protótipo consiste em apresentar uma versão inicial reduzida e de baixo custo e o seu objetivo é revelar problemas de design, usabilidade ou adequação.
E prototipar serve para absolutamente tudo! E jamais deve significar algo complicado, que tome tempo e esforço demais. Muito menos custoso!
Por que prototipar é tão importante?
Jakob Nielsen já pontuou que “estima-se ser 100 vezes mais barato fazer mudanças antes de escrever qualquer código, do que aplicá-las após a implementação”. É por isso que prototipar é tão importante!
Mas para além da economia financeira no desenvolvimento de um projeto, protótipos são importantes porque:
- Reduzem as incertezas que permeiam o design.
- Dão um corpo ao produto e, assim, as pessoas podem interagir e ter uma experiência mais próxima do real nos testes.
- Permitem testar diversas características e funcionalidades rapidamente e com menos riscos.
- Facilitam a aprendizagem sobre a ideia desde o primeiro protótipo, compreendendo como ela funciona e como irá interagir com o público.
- Incentiva a equipe a tornar conceitos mais palpáveis, uma vez que eles têm argumentos e testes. Isso, futuramente, vai ajudar na defesa de uma ideia de negócio.
Tipos de protótipos
Os protótipos podem variar de acordo com o nível de fidelidade com relação ao produto final. Esse nível de fidelidade é medido com base em três parâmetros: visual (cores, ícones, componentes, botões, mensagens de texto etc), interatividade (comunicação/interação entre produto e utilizador) e conteúdo.
Entenda a diferença entre os três níveis de fidelidade de um protótipo:
Baixa Fidelidade
Também são chamados de rascunhos ou sketches, pois passam a ideia do projeto de maneira mais superficial.
Ele apresenta, ainda de modo simples, como seria a interação da pessoa usuária com o projeto e não se atém aos elementos ligados ao visual. Muitas vezes, é utilizado para auxiliar na definição do projeto e levantamento dos requisitos necessários.
Média Fidelidade
Normalmente chamados de wireframes, eles são muito utilizados em etapas e trabalhos que envolvem arquitetura da informação.
Esses protótipos buscam definir a estrutura de conteúdo da interface. Além de olhar para o peso, relevância e relação entre os elementos e ajudar a criar um layout básico e simulações de uso.
Alta Fidelidade
São conhecidos também como mockups e possuem uma representação bem mais próxima do resultado final esperado.
Geralmente, é possível simular todas as funcionalidades e, em termos de design visual, já fica bem mais próximo do layout final, que é passado para as pessoas desenvolvedoras produzirem.
Quanto mais detalhado, mais tempo leva para desenvolver o protótipo e mais caro ele fica. Testar algo em uma interface super refinada, que levou muito tempo para ser feita e descobrir que não era aquilo que as pessoas queriam, pode ser um grande desperdício.
Se for o caso, comece validando sua ideia com protótipos de fidelidade mais baixa e vá evoluindo à medida que a confiança na ideia for aumentando.
O objetivo de um protótipo é o principal fator que vai definir o nível de fidelidade usado. Mas também é preciso levar em consideração se a equipe é agrupada ou dispersa, se o desenvolvimento é interno ou externo, se existem precedentes do produto e o nível de envolvimento do patrocinador com o projeto.
Também podemos dizer que existem protótipos para três finalidades diferentes e cada uma recebe um nome:
- Protótipos desenvolvedores: servem para guiar o desenvolvedor na implementação.
- Protótipos patrocinadores: busca validar com o patrocinador ou stakeholder se é realmente aquilo que ele esperava.
- Protótipos usuários: valida o produto com a pessoa usuária e permite coletar feedbacks.
Modelos de protótipos
Quando falamos em produzir um protótipo, geralmente 3 caminhos são os mais populares: papel ou digital, modelo de volume e encenação.
Conheça um pouquinho mais cada um deles:
Papel e digital
Esses protótipos são representações de interfaces gráficas, como wireframes, por exemplo, e podem ter diferentes níveis de fidelidade. Eles são muito utilizados para representar esquemas, como telas de um aplicativo ou um site.
Geralmente, são usados para avaliar o fluxo de informações e a navegação de um sistema, explorar possibilidades de comunicação e tornar o conceito de uma ideia mais palpável para as pessoas (usuárias, equipe ou stakeholders etc).
Modelo de volume
Esses são os protótipos com maior fidelidade ao produto final e são chamados de “modelo de volume” por permitirem uma visão tridimensional do conceito. Atualmente, com as impressoras 3D, ficou mais fácil construir bons protótipos.
Role-playing ou encenação
Chamamos de protótipo de encenação uma simulação improvisada para representar possíveis ações de usuários com um produto. Pode ser feita por meio da interação de uma pessoa com uma máquina ou por diálogos que encenem a jornada do usuário e pode ser bem interessante para teste de serviços.
É mais usada para exemplificar uma situação, medir se experiência proporcionada é fluida ou até testar as reações da pessoa usuária durante a interação. Esse modelo ajuda a identificar pontos de atritos e lacunas.
E aí, entendeu direitinho o que é um protótipo e por que, afinal, ele é tão importante para um projeto?
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