O design inclusivo tem como premissa desenvolver produtos e serviços que sejam adequados às mais diversas necessidades que uma pessoa possa ter.
O design inclusivo tem como premissa desenvolver produtos e serviços que sejam adequados às mais diversas necessidades que uma pessoa possa ter (seja ela permanente ou temporária). Fazendo, com isso, que a experiência da pessoa usuária seja equiparável com a das pessoas que não têm alguma deficiência.
Esta abordagem do design dá maior autonomia para as pessoas usuárias, uma vez que elas passam a usar produtos e serviços de forma mais prática, segura e funcional. Podemos dizer que:
“O design inclusivo é uma ferramenta que garante acessibilidade e, por consequência, qualidade de vida”.
Os 7 princípios do design inclusivo
Para direcionar os designers no desenvolvimento de soluções que promovam a acessibilidade e facilitar esse processo, Henny Swan, Ian Pouncey, Heydon Pickering e Léonie Watson criaram uma série de regras para balizar o que seria, ou não, um projeto acessível.
Esse conjunto de regras ficou conhecido como os 7 princípios do design inclusivo e são relacionados a produtos e serviços digitais, podendo ser adaptáveis para aqueles que são físicos.
No Brasil, eles foram traduzidos pelo designer especialista em acessibilidade, Marcelo Sales e você pode encontrá-los no site designinclusivo.com.
Hoje, vamos abordar um pouco de cada um desses sete princípios para que você esteja ciente do que um produto ou serviço precisa para ser, realmente, inclusivo:
1. Proporcionar uma experiência equivalente
O maior objetivo do design inclusivo é garantir que todas as pessoas que usem um produto ou serviço tenham uma experiência equivalente, atendendo a todas as necessidades sem prejudicar o entendimento do conteúdo.
O que se oferece à pessoa usuária, dependente da necessidade dela, deve se equiparar em valor, qualidade e eficiência.
2. Considerar a situação
Pessoas são diferentes, têm necessidades distintas e podem utilizar seu produto/serviço em circunstâncias diversas. Você precisa estar preparado para entregar a melhor experiência em qualquer uma dessas circunstâncias. É preciso mapear essas possibilidades e garantir que seu projeto cubra todas.
3. Ser consistente
Usar padrões já estabelecidos e aplicá-los de forma consistente. Isso reforça o significado de cada um desses itens padronizados e o seu propósito. Isso deve ser aplicado às funcionalidades, comportamentos, editoriais e apresentações. A consistência permite que as pessoas possam fazer determinados comandos sempre da mesma forma e que você os instrua e guie, também, do mesmo jeito.
4. Dar o controle
Não tira da pessoa usuária a possibilidade de alterar e ajustar as configurações do seu produto. Isso permite que elas interajam com o conteúdo da forma que preferirem. Orientação de tela, tamanho da fonte, zoom ou contraste são alguns dos itens que é importante deixar personalizável.
5. Oferecer escolha
Muitas vezes, há mais de uma maneira de concluir uma tarefa e as pessoas devem poder escolher como fazer isso. Você não deve presumir qual seria o caminho preferido de alguém.
6. Priorizar o conteúdo
Ajude as pessoas a se concentrarem nas principais tarefas, funções, recursos e informações. Para isso, você deve priorizá-las no conteúdo e no layout. Identifique o objetivo principal da interface e, em seguida, destaque o conteúdo e as funções necessárias para se cumprir esse propósito.
7. Adicionar valor
Os recursos devem agregar valor à experiência do usuário, oferecendo maneiras eficientes e diferentes de localizar e interagir com o conteúdo. Considere recursos, como API’s de voz, geolocalização, câmera e vibração.
Como aumentar o conhecimento sobre design inclusivo
Existe uma série de materiais que você pode utilizar em conjunto com os 7 princípios do design inclusivo para melhorar o resultado do seu produto, garantindo, por diferentes frentes, que ele é realmente acessível e inclusivo.
Alguns deles, indicados pelo próprio Sales, são:
- Kit de Ferramentas para Design Inclusivo: disponibiliza uma calculadora para verificar o nível de exclusão que determinadas ações promovem.
- Liberatory Design Cards: ajuda a desconstruir conceitos e pré-conceitos.
- The Tarot Cards of Tech: boas práticas para se considerar possíveis impactos ao se criar produtos e serviços.
- Guia WCAG: contém as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo Web do W3C.
- Centro de Design Universal da Universidade do Estado da Carolina do Norte: onde a primeira versão dos princípios do Design Universal surgiu.
- Centro de Pesquisa de Design Inclusivo da OCAD (Faculdade de Arte e Design de Ontario)