O Global Accessibility Awareness Day (GAAD) é um evento anual realizado pela UXPA-SP em todo o mês de maio, com palestras sempre relacionadas à Acessibilidade e Inclusão.
O Dia Mundial da Conscientização da Acessibilidade (Global Accessibility Awareness Day) é celebrado no dia 17 de maio com o objetivo de aumentar a conscientização a respeito da acessibilidade das pessoas com deficiência, com necessidades especiais ou limitações. Em São Paulo, o GAAD (sigla para o termo em inglês) é realizado anualmente pela UXPA-SP, sempre com palestras relacionadas à Acessibilidade e Inclusão. Esse ano, o GAAD foi realizado no auditório da Nextel, contando com as apresentações de Ana Schneider, Aline Santos e Talita Pagani.
Abaixo compartilho com vocês um pouco sobre como foi o GAAD SP 2018, com slides e depoimentos das nossas palestrantes 😀
A pessoa com deficiência como consumidor: do reconhecimento à comunicação
Ana Clara Schneider fez uma palestra focada em identificar e expôr as causas e consequências da ausência da pessoa com deficiência nos meios de comunicação, sua consideração no desenvolvimento de uma marca ou experiência (seja ela um produto, um serviço, um conteúdo) e como isso pode começar a mudar a partir do entendimento desse quadro e da necessidade de quebrar esse ciclo.
Foi muito bacana e interessante falar com o público do GAAD pois as dúvidas que surgiram foram mais específicas que em outros eventos, por vezes mais técnicas e por vezes mais conceituais. É importante entender que o pensamento do design universal se aplica a quase todas as áreas e saber que o os profissionais de UX estão pensando nisso é muito animador!
Por mais que em alguns setores próximos ao assunto (por exemplo: saúde, reabilitação ou alguns serviços públicos) esse conceito não aparece com tanta frequência nos eventos de moda, esporte, tendências, social media, empreendedorismo, negócios, etc. E mais interessante é reunir especialistas do assunto para trocar conhecimento, pois ainda sofremos com a falta de informação disponível sobre o tema.
(Ana Clara Schneider)
O que a educação inclusiva tem a ver com você e a comunicação?
A ideia da palestra da Aline Santos foi explorar o conceito de educação inclusiva e os princípios do desenho universal para a aprendizagem para definir caminhos possíveis para a construção de uma comunicação mais acessível para todas as pessoas. Conversar sobre o tema, que inicialmente parece não dialogar com a atuação de UX, é importante para apontar como a prática desses profissionais pode seguir excludente ou efetivamente contribuir para o rompimento do ciclo de invisibilidade das pessoas com deficiência.
Se a gente pretende construir espaços e plataformas que atendam ao maior número de pessoas, tal qual o desenho universal prega, falar sobre acessibilidade, diversidade e inclusão deveria ser uma premissa. Até quando admitiremos a criação de soluções que excluam ou invisibilizem pessoas?
(Aline Santos)
Projetando sites e aplicativos mais adequados a pessoas com autismo
Em sua palestra, Talita Pagani abordou aspectos relevantes de acessibilidade voltado para usuários que possuem autismo, abrindo com uma sensibilização sobre como a pessoa com autismo vê o mundo e procurando derrubar alguns mitos sobre o assunto que ainda são perpetuados, apresentando algumas dicas práticas de UX para que as interfaces sejam mais acessíveis e de fácil utilização para esse público, considerando suas principais características. Estas dicas foram oriundas do seu projeto de mestrado, o GAIA — Guia de Acessibilidade de Interfaces com foco em Autismo.
A palestra teve um gancho perfeito com os temas abordados pela Aline e pela Ana, porque trata-se também de comunicação mais inclusiva, de empatia e de trabalhar o tópico de Design Universal para Aprendizagem aplicado no projeto de sites e aplicativos, aliando design, educação, UX e tecnologia.
Foi gratificante abordar este tema no evento por ele ser um complemento das palestras anteriores e por difundir um assunto que ainda é pouco abordado, no caso, outras características e habilidades que as pessoas não consideram ao falar sobre acessibilidade. Quando falamos em Acessibilidade Digital, é muito comum pensarmos em permitir que os sites sejam acessíveis a pessoas com deficiência visual. Pouco se pensa sobre deficiência auditiva, motora e principalmente sobre deficiências/transtornos cognitivos, neuronais e de aprendizagem, como Autismo, Déficit de Atenção, Dislexia, Discalculia, entre outros. É preciso romper este estigma e dar visibilidade para necessidades diversas das pessoas.
É maravilhoso ver que tem crescido o volume de eventos focados em acessibilidade e com conteúdos multidisciplinares. Creio que isto é fundamental para fazer o conhecimento chegar às pessoas de forma mais compreensível e mostrar que acessibilidade não é complexo, custoso e oneroso para projetos como muitas pessoas ainda pensam. O caminho para que todos se preocupem com este tópico é educar da alta gerência ao desenvolvimento e mostrar que pessoas com características diversas e com deficiência são um público ativo e que não são invisíveis. O mais importante dos eventos é que eles mostram que acessibilidade não é caridade, é direito. E já é possível perceber que este choque de realidade tem surtido efeito dentro das empresas.
(Talita Pagani)
Resumo da Ópera
Após as palestras e o coffee-break, foi organizado um painel de discussão mais aberta entre as palestrantes, mediado pelo Clécio Bachini. Além de expandir e complementar o que foi falado nas palestras, as três responderam a diversas perguntas da platéia, fechando o GAAD SP 2018 com chave de ouro 🙂
O Global Accessibility Awareness Day 2018 em São Paulo teve transmissão ao vivo, e você pode assistir a todo o meetup através do vídeo em nossa página do Facebook, que se encontra logo abaixo 🙂
https://www.facebook.com/uxpasaopaulo/videos/1663096840394256/
Essa edição do GAAD SP 2018 foi carinhosamente sediada pelo pessoal da Nextel, que contribuiu também com lanchinhos!!! Um agradecimento especial para o Daniel Lugondi pela ponte 😉