Heurísticas para Arquitetura de Informação de Rosenfeld

Em meu último post, falei em linhas gerais sobre como funciona a Avaliação Heurística, que é um método de inspeção para encontrar determinados tipos de problemas em uma interface de usuário e avaliar a sua conformidade com uma lista de princípios de usabilidade escolhida previamente (as heurísticas).

A lista de heurísticas de Arquitetura de Informação que trago neste post foram descritas por Louis Rosenfeld, que é consultor e fundador da Rosenfeld Media, além de co-autor do livro Information Architecture for The World Wide Web, o famoso “livro do urso polar”, maior referência na Arquitetura de Informação desde que foi lançado em 1998.

Livro: Information Architecture for the World Wide Web

Definições de Arquitetura de Informação

O termo Arquiteto de Informação foi cunhado em 1976 por Richard Saul Wurman em seu livro “Ansiedade de Informação”, da sua reação a uma sociedade que diariamente cria enormes quantidades de informação, mas com pouco cuidado ou ordem. Richard é um arquiteto e designer gráfico. Ele é considerado um pioneiro na prática de tornar a informação compreensível – talvez possa ser considerado um dos pais da Arquitetura de Informação.

Uma edição do The New York Times em um dia de semana contém mais informação do que o comum dos mortais poderia receber durante toda a vida na Inglaterra do século XVII. (Richard Saul Wurman)

A Arquitetura de Informação é a disciplina responsável por organizar, rotular e projetar todo o design estrutural de sites, intranets, comunidades on-line e softwares, como suporte para a usabilidade e a encontrabilidade das informações. No “livro do urso polar”, Louis Rosenfeld e Peter Morville descrevem as seguintes definições básicas de arquitetura de Informação:

  1. A combinação de organização, rotulação e esquemas de navegação dentro de um sistema de informações.
  2. O design estrutural de um espaço de informação para facilitar a conclusão de tarefas e acesso intuitivo ao conteúdo.
  3. A ciência e a arte de estruturar e classificar websites e intranets para ajudar pessoas a encontrar e administrar informação.
  4. É uma disciplina emergente e uma comunidade de prática, focada em trazer para o contexto digital os princípios de design e arquitetura.
Os três círculos da Arquitetura de Informação
Os três círculos da Arquitetura de Informação

Ainda no “livro do urso polar”, Rosenfeld e Morville publicaram um diagrama contendo o que seriam os três círculos da Arquitetura de Informação:

  1. Contexto engloba metas e restrições de negócio, a cultura e a política da empresa, os recursos e a tecnologia.
  2. Usuários – são o público-alvo para a informação, incluindo suas necessidades, o seu comportamento e suas experiências.
  3. Conteúdos podem incluir textos, dados numéricos, imagens, vídeos e documentos.

Heurísticas para Arquitetura de Informação

Eu considero as Heurísticas de Arquitetura de Informação que veremos a seguir como essenciais para qualquer projeto, porém uma avaliação heurística não deve ser feita utilizando apenas essa lista como base. O ideal é utilizarmos esses princípios como suporte a uma lista de heurísticas de usabilidade, para poder contemplar todos os aspectos da interação de um usuário com as nossas interfaces.

Então, vamos a elas.

Página principal

  • Suporta múltiplas maneiras de alcançar o conteúdo? (busca, navegação local e global, índice remissivo, mapa do site, etc.)
  • Destaca as melhores maneiras para alcançar o conteúdo? (suportar poucas maneiras que sejam úteis ao usuário é mais efetivo em termos de custos que prover todos as possíveis maneiras.)
  • Orienta o usuário sobre o assunto do site e sobre qual é o conteúdo disponível? (isso é especialmente importante se houverem muitos usuários novatos que visitam o site.)
  • Atende aos usuários que já visitaram o site e sabem o que estão procurando?

Interface de busca

  • É fácil encontrá-la e está posicionada consistentemente?
  • É fácil de usá-la? (Uma simples caixa de busca com um botão é normalmente suficiente e geralmente é a primeira coisa que o usuário procura quando deseja fazer uma busca)
  • Permite que o usuário refaça ou refine sua busca?
  • Os construtores de query são usados eficazmente? (os construtores de query incluem o corretor ortográfico, a pesquisa de radicais, a busca por conceito e a busca em tesauros.)

Resultados da busca

  • Os resultados relevantes estão no topo da lista?
  • Está claro quais foram os parâmetros usados na busca? (muitos mecanismos de busca repetem as palavras chaves e os parâmetros digitados)
  • Está claro o que foi buscado? (isso é especialmente importante quando existem várias áreas de busca)
  • Está claro quantos resultados foram encontrados?
  • As informações apresentadas para cada usuário são úteis? (deve existir informação suficiente para distinguir os resultados)
  • Os resultados estão agrupados de uma forma útil?

Navegação global

  • É possível se mover através do site com poucos cliques?
  • A amplitude e a profundidade da estrutura estão balanceadas?
  • Os rótulos são claros e significativos?

Navegação contextual

  • Está claro onde estou tanto em termos de qual site estou como também em que lugar dentro do site estou?
  • Existem poucas opções que me conduzem onde eu gostaria de ir em seguida?
  • As opções tem rótulos claros?
Lou Rosenfeld com Kevin Cheng e Dan Roam na Confab 2012
Lou Rosenfeld com Kevin Cheng e Dan Roam na Confab 2012

Referências

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