Storytelling: onde ela se encaixa em UX e produtos digitais?

Storytelling é a técnica de contar boas histórias. E conseguir prender a atenção da sua audiência é muito bom! Mas saber como fazer isso é melhor ainda.

um fundo laranja com uma claquete onde está escrito storytelling, posicionada no canto inferior direito da página

Muito se fala de storytelling. Inclusive, a gente já falou do assunto aqui, ó: #PegaaDica: Como fazer apresentações inesquecíveis usando o storytelling. É um tema ensinado e debatido na publicidade, no marketing, no empreendedorismo… E também na área de produtos digitais!

Conseguir prender a atenção da sua audiência (seja cliente, a pessoa usuária, stakeholders… não importa!) é muito bom! Mas saber como fazer isso é melhor ainda. Não adianta ficar refém de um produto incrível que tem uma história mais incrível ainda para que você possa ganhar quem te escuta. Isso é contar com a sorte.

Quando você tem técnicas e constrói todo um racional em cima do seu produto e da trajetória dele é possível criar histórias que convençam, prendam e cativem. E é exatamente isso que o storytelling pode fazer por você, independentemente de quem é o seu público-alvo no momento.

O que é storytelling?

Storytelling nada mais é do que a técnica de contar histórias. Ou melhor: boas histórias! E as pessoas sabem contar boas histórias há muito tempo. Mesmo que elas não tenham estruturado a sua narrativa de forma racional, seguindo técnicas. Um exemplo é A Odisseia, de Homero, que foi lançada no século VIII antes de Cristo, e tem um storytelling exemplar..

Mas nem todo mundo é Homero e no mercado de trabalho não dá para contar com a sorte. Por isso, profissionais da área de Comunicação, lá nos idos de 1990, identificaram a necessidade de estudar as metodologias que fazem uma boa história. Foi nessa época que, nos Estados Unidos, fundaram o Storycenter, que tem exatamente esse objetivo.

Em 1994, o storytelling foi ganhando espaço para além dos roteiros de cinema, peças publicitárias, comerciais… Ele chegou às empresas e instituições. Afinal, era preciso tornar as grandes e cansativas apresentações em algo mais dinâmico, sucinto e interessante. E é nesse ponto que você, que é da área de UX, finalmente está entendendo porque este artigo é para você!

Os elementos do storytelling

Os estudos acerca do storytelling chegaram a uma conclusão: toda boa história possui basicamente os mesmos elementos. E eles são decisivos para o sucesso ou fracasso da sua apresentação. Por isso: fique de olho em como você está trazendo cada um deles para sua história!

São eles:

#1 Personagem

É impossível contar uma história sem pelo menos um personagem. Geralmente, as histórias contam com um protagonista e um antagonista. Aquela velha luta entre o bem e o mal.

Mas pensando em um contexto de apresentação, o personagem da sua história é o seu produto. E ninguém melhor do que você e seu time para falarem dele. Reveja a jornada de desenvolvimento desse produto, faça com que a sua história mostre como ele é coeso, necessário, convincente.

#2 Ambiente

Histórias precisam estar ambientadas. Qual o cenário em que a história da sua apresentação acontece?

#3 Conflito

O que vai manter o público interessado em uma história é o conflito, ou seja, o desafio a ser resolvido — e que já deve ter uma solução, tá?! Isso prende a atenção de quem te escuta, mantém o foco…

#4 Mensagem

Toda boa história tem uma mensagem por trás. Se a sua não tiver, que tal repensar isso aí? E é a mensagem que você deseja transmitir que vai ditar o ritmo do seu “telling”, ou seja, da sua “contação”. E uma boa história é muito mais fácil de ser contada, né?!

um livro aberto e dele saem letras e um possível cenário: de uma página sai um pirata, um baú de tesouros e um coqueiro e da outra página, sai um navio pirata.

Storytelling em produtos: como fazer?

Basta saber o que é storytelling e seus elementos? Não! É preciso entender como levar isso para o seu objetivo final, que no caso, é uma apresentação (seja pro time, para os stakeholders…).

Depois de pensar na história que você vai contar e quais são os elementos dela, você pode se ater a mais três pontos importantes:

  • Narrativa central
  • Estilo
  • Poder de síntese

Isso vai te ajudar a tornar a história mais dinâmica e sucinta, focando no que importa e adaptando para quem vai te ouvir.

Narrativa central

É importante que você saiba escrever a linha central de argumento da sua apresentação. E é escrever mesmo, tá? Para que você possa visualizar melhor onde a sua narrativa está te levando.

Você pode começar resumindo em um parágrafo qual é o centro do seu argumento. A atividade de resumir vai te dar clareza de qual é a questão, como solucioná-la e os fatores importantes que a influenciam.

Depois, você pode desdobrar esse argumento em uma sequência lógica, que traga, sequencialmente, todos os pontos que você usou para chegar ao argumento. Por exemplo, contextualizar a questão ou cenário, apresente a situação real/ atual e como ela foi diagnosticada, expor o problema, levantar dúvidas, apresentar possíveis soluções…

Estilo

Cada pessoa tem seu estilo. Isso serve para moda, escrita e até mesmo a forma como se conta uma história. É importante que você encontre o seu para que se sinta confortável e seguro durante as apresentações. Já pensou se algo não sai como o esperado? Vai ser preciso improvisar…

Mas é essencial estar ciente de que é preciso adaptar o seu estilo para a sua audiência. Apresentar para o seu time não é a mesma coisa que apresentar para investidores, por exemplo. Seja você, mas na dose certa para que a sua audiência aprecie.

Três estilos muito comuns são:

Dramático: tendem a trabalhar com arquétipos, para fisgar o cliente na emoção. Mas é preciso ter cuidado para não soar dramático demais e perder a naturalidade.

Cômico: aquele que gosta de descontrair a apresentação, fazer uma piadinha aqui, uma gracinha ali… Costuma funcionar! Mas é importante focar em três coisas:não improvise e elabore bem onde esse tom cômico melhor se encaixa, não pese a mão e não se perca na história, caso a audiência não reaja como você espera.

Analítico: ​​é aquela narrativa mais racional, precisa e expositiva. Se atém a fatos, números, sem muita interferência de quem apresenta. Mas é preciso tomar muito cuidado para não ficar monótono e perder o público para qualquer distração. Uma tática que ajuda é ir fazendo umas perguntas retóricas para o público. “Certo?”, ou “podemos seguir?”. Isso faz com que a atenção volte para você.

Poder de síntese

Seria muito bom se você tivesse o tempo que desejasse (e precisasse) para contar a sua história. Mas a verdade é que, normalmente, esse tempo tende a ser bem curto. Então, o fator “poder de síntese” importa muito.

Construa sua história dentro do tempo estimado. Para isso, leia, releia, revise, corte… E quanto mais você treina, melhor fica em identificar o que realmente importa e como contar isso de forma enxuta.

Pronto! Agora, sim, você tem mais conhecimento para contar melhores histórias e prender a atenção do seu público. Esperamos que nossas dicas te ajudem e que você seja cada vez mais um melhor contador de boas histórias!


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